A partir de uma postagem do amigo seminarista Vinicius Faria, LC no Facebook, outro amigo de peso, o Prof. de História, Rafael de Mesquita Diehl, fez vários comentários que valem a pena ser transcritos neste blog para que mais católicos tenham acesso. Em especial os meu conterrâneos que não tem o privilégio de conhecer o historiador curitibano isento de falácias marxistas e modernistas.
Postagem inicial do Vinicius Faria:
Seminarista Vinicius Faria |
Perguntei ao Cláudio Pastro se ele preferia ouro ou materiais mais simples na confecção dos vasos sagrados. Ele
disse que prefere materiais mais simples.
Mas se o ouro representa a divindade o que representaria um cálice de barro?
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Em seguida surgiram diversos comentários, mas achei bastante relevantes os do Prof. Rafael:
Prof. Rafael de Mesquita Diehl |
Para a última Ceia, Ele preferiu ao menos um cálice de Sardônica... (em resposta a alguém que argumentou que Jesus preferiu as palhas da manjedoura).
Cristo é o mesmo Deus que pediu para que o Tabernáculo no deserto fosse ornado com ouro. O cenáculo mesmo não era qualquer lugar, mas o triclinium bem decorado da casa de São Marcos. Desde que receberam liberdade de culto, os cristãos buscaram erguer belos edifícios para o culto, como expressão pública da fé que já celebravam proporcionalmente com a dignidade máxima possível em época de perseguições.
O maior apóstolo da pobreza, São Francisco de Assis, escrevera aos custódios da Igreja para que todos os objetos que fossem associados ao culto eucarístico fossem de metais preciosos. Mesmo o papa Francisco com toda a sua pobreza pessoal não dispensa os cálices dourados nas missas.
A pobreza cristã é pessoal, é para si mesmo e não para os outros. Empobrecer o Culto Divino como forma de tornar a Igreja pobre todo mundo quer, mas quero ver a renúncia e austeridade pessoal.
Todo mundo hoje em dia acha lindo a Igreja sem preciosidades no culto, mas acha absurda um casal abdicar-se de certos luxos para ter uma família numerosa. Isso é falsa pobreza.
Se a túnica de Cristo fosse chumbreguinha, os soldados não teriam sorteado-a...
Já dizia o ditado: "pobreza no dos outros é refresco"... muito cômodo cobrar da Igreja que despoje o culto divino do que lhe é lícito para que não precisemos renunciar aos nossos comodismos.
O Papa Francisco vive uma pobreza pessoal. A pobreza no Cristianismo é pessoal, parte de cada pessoa e se vive de acordo com os deveres de estado de cada um (um pai de família não pode viver como um frade, pois sua família depende de suas rendas). A pobreza do cristianismo não é um fardo imposto por outrem, mas algo que parte da pessoa.
Um sujeito rico que investe seu dinheiro em ajudar uma escola gratuita que ensine profissões à crianças pobres, por exemplo, está agindo com pobreza e caridade: está abdicando de parte de sua fortuna e está usando-a de forma não só a saciar a fome do momento, mas de forma a gerar oportunidades para quem não as têm.
No século XV, o Chanceler do Duque da Borgonha, Nicolas Rollin, não teve filhos, era estéril. Ele investiu toda a sua fortuna para construir um hospital gratuito para doentes vitimados pela peste. O hospital era atendido por freiras. O quarto dos doentes terminais era o mais bonito do hospital, com camas de veludo vermelho, como da nobreza flamenga, para os doentes mais sofridos. Ao fundo, uma capela com um altar decorado por um retábulo de madeira folheado a ouro pintado pelo mais célebre artista da região, Rogier van der Weyden. A decoração digna da capela como vê não foi desculpa para fazer uma grande obra de caridade.
Do Templo de Jerusalém Jesus expulsou só os vendilhões. O altar de ouro e os vasos preciosos do culto ficaram.
A viúva pobre que Jesus elogia por doar suas 2 últimas moedas estava doando para o TESOURO DO TEMPLO.
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