Foto: Acervo Fotográfico Paulino Araújo. |
Igreja Nossa Senhora das Dores
Situada na esquina da Rua Saturnino de Oliveira (antiga Saldanha Marinho e antes Rua Direita) com a Travessa N. S. das Dores, foi construida nos últimos anos do século XVIII. Na verga da porta principal está a data de sua conclusão: 1799.É inteiramente de pedra, aspecto das igrejas do Ciclo do Ouro. Como as de Ouro Preto, Sabará e outras cidades daquela época.
Foi edificada por José de Jesus Teixeira, cidadão português, grande proprietário de escravos e terrenos auríferos. Na profissão de minerador, conseguiu acumular considerável fortuna, pagando seus camaradas com ouro em pó. Sistemático, de hábitos morigerados, vida simples e de grande piedade. Um verdadeiro católico. Socorria os pobres. Colocou à porta de sua residência um sino para chamar os que tinham fome duas vezes por dia para alimentá-los. Em consequência de sua generosidade e da queda da mineração, viu sua fortuna ser reduzida. Foi caluniado e ameaçado de prisão (por motivo não esclarecido). Magoado, retirou-se para o Rio de Janeiro, onde faleceu no Convento de Santo Antônio.
A igreja foi construída ao lado de sua residência, edifício histórico ainda existente. Prédio onde funcionou a Prefeitura até 1972. Possui a igreja, somente uma torre, que é a segunda levantada, visto que nos primeiros tempos, fora demolida a original, por perigo de desabamento. A segunda torre foi concluída em 1882 graças aos esforços do Padre João de Almeida Ferrão (que viria a ser nosso primeiro Bispo Diocesano) e de seu pai, Capitão Francisco Ferrão de Almeida Trant.
Até as primeiras décadas do século passado, era o seu teto decorado com impressionantes cenas da Paixão de Jesus Cristo, com figuras em tamanho natural. Danificada pelas goteiras, foi essa pintura encoberta por uma demão de tinta comum.
Foto: Jornal da Câmara - Jornalista André Luiz Ferreira |
Foram zeladores da igreja os beneméritos campanhenses: José Coelho Gomes Ribeiro, Zeferino Dias Ferraz da Luz, Antônio Evangelista Pereira, João Pedro de Alvarenga, Jesuína da Veiga Ferreira Lion e Abelardo Gonçalves Leite. Hoje é bastante usada pelos Grupos de Oração da Renovação Carismática Católica.
Fonte: adaptado de "Os Correios na História da Campanha", 1973.
Giovani Rodrigues Arantes
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